Supply Chain

 

A Tecnologia RFID Alcançou um Novo Patamar

 

 

 

(Este é um release do evento Simposio RFID 2009.  Devido à importância do tema para profissionais de logísticas, estou divulgando-o no blog)

Fundador do Wireless Media Lab da UCLA afirma que a tecnologia RFID alcançou um novo patamar

Rajit Gadh é keynote speaker do IV Simpósio Internacional de Soluções de Negócios em RFID, cujas inscrições continuam abertas.

Fundador e diretor do Wireless Media Lab da UCLA (University of California, Los Angeles), Rajit Gadh é uma autoridade no estudo das tecnologias sem fio. Segundo o pesquisador, a tecnologia RFID vive atualmente uma curva de aprendizado, ou seja, está evoluindo de uma tecnologia de rastreamento de inventário para uma tecnologia onipresente de computação, monitoração e controle – seja nos EUA ou no Brasil. “Mercados inteiramente novos estão sendo criados com a tecnologia RFID. Acredito que os países precisam convencer seus Governos a investir com o nível de risco que somente o setor governamental pode assumir. Somente dessa forma os países podem alcançar a liderança tecnológica”, observa.

Gadh, que estará no Brasil em outubro para participar do IV Simpósio Internacional de Soluções de Negócios em RFID (www.simposiorfid2009.com.br), cita como exemplo a experiência da universidade com o Programa UCLA WinMEC e também no Wireless Media Lab, que desenvolvem tecnologias usando RFID e outros sensores em aplicações para smart grid, um importante empreendimento apoiado pelo presidente norte-americano Barack Obama. Um outro setor em que a tecnologia RFID está sendo ativamente aplicada nos Estados Unidos é o da assistência médica.

 

“Colaboramos com diferentes organizações em estudos conjuntos e esforços de desenvolvimento, incluindo o desenvolvimento de aplicativos de RFID em escala completa, usando a plataforma WinRFID Middleware, que trabalha com vários padrões e protocolos, tais como EPC, ISO, IETF e Wi-Fi”, revela Gadh.

Para o pesquisador, em uma década será possível encontrar leitoras RFID a um custo inferior a US$ 10, já que o preço das etiquetas, leitoras e middleware, bem como os  custos de desenvolvimento e integração de software, vem caindo sensivelmente ao longo dos últimos anos. “Hoje já é possível obter retorno do investimento no curto e médio prazos especialmente em aplicações de ciclo fechado, tais como o rastreamento de ativos e o rastreamento de inventário, da fábrica até o armazém”, avalia.

 

Previsão de Demanda e Inventário na Crise

 

Durante uma crise como a atual, o planejamento de vendas e operações toma uma complexidade inigualável.   Prever a demanda é quase um jogo de loteria, com informações confusas e divergentes.  O crédito para as operações do dia a dia está cada vez mais ausente.

Neste cenário, no entanto, o planejamento de vendas e operações (S&OP) adquire uma importância ainda maior.  A consultoria americana Supply Chain Consultants publicou um documento intitulado “The Role of S&OP in a Depressed Economy” com algumas reflexões sobre o tema, as quais resumo e comento neste artigo.

Ao invés de entrar em pânico, as empresas devem tomar uma resposta rápida a tornar S&OP ainda mais robusta através dos seguintes passos básicos:

  • Estabelecer uma previsão de demanda única e concordada.
  • Estabelecer alvos para os níveis adequados de inventário.
  • Usar os processos-padrão para balancear a oferta com a demanda prevista.
  • Executar os planos.
  • Monitorar o realizado x planejado.

A Importância de uma Previsão de Demanda Realista

Um erro frequentemente cometido pelas empresas é reduzir a previsão de demanda somente para o curto prazo, e deixar o médio e longo prazos com a previsão original.  Esta é uma armadilha causada por um otimismo exagerado das equipes de vendas, que pode levar a decisões erradas, já que a recuperação dos mercados dificilmente vêm tão rápido.

Manter uma previsão de demanda pouco realista inevitavelmente causará o efeito chicote, já que após um certo tempo a empresa irá reagir contra os inventários excessivamente altos e tomará ações para reduzi-lo, mas de forma descasada com as vendas.

A consequência deste descasamento entre operações e vendas é que a confiança nas previsões de demanda desaparece, e cada setor da empresa começa a trabalhar com sua própria previsão (normalmente a de vendas mais otimista e a de operações mais pessimista).

O importante é, portanto, reduzir a previsão com antecedência, e monitorar de perto o mercado para tomar ações corretivas com os sinais do mercado, mas sempre mantendo uma única previsão para toda a empresa.

Como Obter uma Previsão de Demanda Realista

Dados históricos e “feeling” não são suficientes com as fortes mudanças do mercado na crise.   Métodos estatísticos podem ser usados, mas os planejadores devem ajustar os parâmetros para refletir de forma adequada o histórico recente, refletindo a crise.  Ainda assim, outras medidas devem ser tomadas para que iniciar uma discussão saudável em relação à previsão de demanda:

  • Discutir abertamente o problema, tanto internamente quanto com os clientes.  Os clientes também devem estar fazendo o ajuste em suas previsões, e com certeza também estão tendo dificuldades.  Esta interação pode levar a números mais realistas.
  • Isolar e prever separadamente qualquer produto novo que foi introduzido desde Março de 2008.  Isto fará com que não atrapalhem as previsões para as famílias de produtos, já que não haverá dados comparativos para eles.
  • Comparar as vendas de de Outubro 2008 a Março 2009 com o mesmo período anterior, e calcule a % de variação mês a mês e no total de período de 6 meses.
  • Considere aplicar a variação de 6 meses à previsão que você teria usado inicialmente.
  • A partir desta previsão reduzida faça um ajuste fino para cima ou para baixo com base em informações de seus clientes.

Ajustando o Inventário

Muitas empresas foram tomadas de surpresa pela forte e rápida mudança no mercado nos primeiros meses da crise.  Se a sua é uma delas, pode ser necessário fazer ajustes imediatos no inventário que está sendo carregado.

Eliminar o Inventário Inútil

O primeiro passo é eliminar toda e qualquer peça de material de inútil que houver em seu inventário, que não possui nenhuma demanda ou consumo identificável.  Isto pode ocorrer por diversas razões:  retrabalho excessivo nas peças, material produtos em desenvolvimento que nunca foram lançados,  itens fora de especificação, peças semi-acabadas que não terão uso devido a uma mudança na estrutura do produto, ou simples obsolescência.

Aonde Mais Reduzir o Inventário?

O primeiro passo é trabalhar nos 20% de materiais que possuem uma participação maior no valor do inventário.  A redução destes materiais terá o maior impacto no inventário total da empresa.   Avalie itens cuja demanda nos últimos 2-3 meses tem sido muito baixa e não há previsão de mudança no cenário no curto/médio prazos.

Avalie também itens cujo inventário ainda parece adequado, mas cuja demanda tem sido reduzido constantemente nos últimos meses, para corrigir a entrada de mais material no inventário antes de que ele fique excessivo.

Este também é o momento adequado para repensar a estratégia de reposição de inventário, a distribuição de inventário em diversas localidades (ou redistribuição), entre outros fatores.  Em resumo, a crise mundial exige criatividade e inovação, fugindo da forma “como sempre foi feito”.

 

 

10 Dicas para Tornar sua Cadeia de Suprimento Mais “Lean”

 

1. Torne sua cadeia de suprimento mais compacta. 

Otimize o fluxo de bens e informações pela cadeia. Implemente layouts na fábrica e armazém que facilitem o fluxo de entrada e saída.

2. Reduza o estoque no ponto de uso.

Para ter um cronograma de produção flexível, tenha uma variedade de partes em mãos no armazém. Ao executar técnicas de logística lean como sequenciamento e sub-montagem, você pode evitar grandes estoques e seus custos associados.

3. Equilibre o recebimento e envio de bens.

Equalizar o fluxo de entrada e saída de materiais com a demanda do cliente minimiza a quantidade de material estocada na cadeia de suprimento, resultando em custos menores.

4. Reduza os custos de operação monitorando de perto o fluxo de containeres vazios.

O processo de logística reversa de containeres vazios pode ser complexo, e precisa ser bem gerenciado para garantir o fornecimento confiável e um índice baixo de danos. Ao mesmo tempo, um fluxo de containeres vazios bem gerenciado pode reduzir significativamente os custos de manutenção e troca de containeres.

5. Equilibre o trabalho para que seu tempo de ciclo chegue perto do Takt.

Cada tarefa executada por um operador deve estar próximo ao Takt (o ritmo de produção em cada processo que é necessário para satisfazer a demanda do cliente). Este controle permitirá tempos de espera mínimos e produtividade máxima.

6. Otimize as rotas de transporte.

Use as melhores práticas de transportes para melhorar a eficiência na movimentação de materiais. Aplicando conceitos como segregação de fluxos em lotes grandes e pequenos, alimentação direta da porta do armazém para a linha de produção você pode reduzir processos internos de transporte e otimizar os recursos disponíveis.

7. Otimize o abastecimento da linha.

Evite reabastecimentos desnecessários com o uso de Kanban e outros sistemas “pull”. Estes sistemas levam ao reabastecimento da linha baseado no consumo, mantendo o inventário enxuto.

8. Padronize processos de armazém.

Implemente processos estáveis e repetíveis, e padronize o tempo gasto em tarefas como embalagem, estocagem e coleta de materiais. A padronização ajuda o armazém a agir de forma mais eficiente com operações como transporte e produção.

9. Use guias visuais para o fluxo de materiais.

Guias visuais são uma parte importante no rastreamento do fluxo físico de materiais em uma fábrica o armazém. Se todos os funcionários podem “ver” a situação atual da produção, eles podem reagir com maior velocidade a picos e vales.

10. Termine e corrija paradas da linha. 

Parar a linha de produção é um custo alto e muitas vezes desnecessário. Quando surgir um problema, não o contorne e pense em consertá-lo mais tarde. Pare e corrija o problema no momento. Isto pode reduzir a produtividade temporariamente, mas no longo prazo evitará a repetição do problema.

 

Esta lista criada por executivos da CEVA Logistics pode ajudar a reduzir o desperdício em sua cadeia de suprimentos:

 

Customização de Produtos na Cadeia de Suprimentos

 

A tendência mundial no desenvolvimento de produtos é que cada vez mais os clientes ou consumidores individuais possam personalizá-los conforme suas necessidades.

Neste cenário, a principal regra para o sucesso é que a customização seja o mais perto possível do cliente (ao longo da cadeia de suprimento). Quanto mais variáveis forem introduzidas nas fases iniciais da cadeia, maior será sua complexidade como um todo.

Isto inicialmente parece lógico e simples, mas a realidade muitas vezes é outra. A dificuldade vem a partir dos seguintes fatores:

  • falta de uma visão ampla da cadeia de suprimento (ponta-a-ponta)
  • falta de tecnologia necessária para configurar e monitorar o produto ao longo de todos os fabricantes e distribuidores
  • falta capacidade e vontade de colaboração entre os diversos elos da cadeia

As imagens a seguir mostram como muda a complexidade da cadeia quando a customização é feita longe do cliente:

 

 

 

 

 Aumentar as variáveis em etapas iniciais do processo produtivo causará que existam mais caminhos e fluxos, o que dificulta a gestão. Uma análise inicial é simples e o efeito pode parecer pequeno, mas imagine a multiplicação disto por dezenas de fornecedores e distribuidores.

O desenvolvimento de produtos customizáveis deve sempre levar em conta a cadeia de suprimento. Os responsáveis pela inovação devem desenhar o produto de forma a permitir a criação de módulos básicos (iguais em todas as variações) e a diversificação em pontos posteriores da cadeia. Esta integração entre desenvolvimento, manufatura e logística pode ser um diferencial estratégico para as empresas.

Para que se permita a customização sem grandes aumentos no custo logístico, deve-se investir em colaboração, tecnologia e desenho de processos.

 

 

Inventário Gerenciado a Parti da Demanda.

 

Recentemente assisti a um webcast apresentado pela revista Industrial Distribution, com participação da Infor e da Aberdeen. Nesta apresentação são discutidas as mudanças pelas quais a logística passa, saindo de um formato no qual os fabricantes empurram produtos para seus clientes e mercados, e entrando em um formato no qual a demanda é a que puxa a produção e distribuição (cada vez com maior personalização).

Existe uma forte pressão para reduzir os custos sem deixar cair os níveis de serviço, devido à forte competição na maioria dos mercados. Além disso, a busca de novos produtos, mercados e oportunidades pode facilmente gerar excessos de inventário quando algo sai do planejado. Para que se possam atingir os objetivos sem problemas de qualidade ou inventário, devem ser adotados novos modelos de gestão do inventário, como integração da cadeia de suprimento, colaboração (ex: VMI) e planejamento orientado pela demanda. Estas mudanças somente podem ser atingidas com o foco conjunto em tecnologia e processos.

Tradicionalmente, os inventários das empresas passam por um ou mais destes problemas: falta de alinhamento das compras com os objetivos estratégicos, foco na demanda histórica ao invés da demanda prevista e planejamento e verificação do estoques de forma limitada. Isto pode afetar o desempenho financeiro, complicar as operações e retirar parte do valor observado pelos clientes. A chave é que as empresas adotem uma mudança completa na filosofia de gestão de inventários, não se limitando a algumas mudanças nos processos.

A cadeia de suprimento na qual as empresas empurram o produto para o mercado possui as seguintes características:

  • Altos volumes e velocidade de entrega
  • Alta eficiência com baixos níveis de custos
  • Produtos voltados ao mercado de massa
  • Alta confiabilidade da cadeia de suprimento
  • Processos estáticos
  • Gestão automatizada na cadeia.

Ao migrar para um modelo no qual o mercado ou cliente puxam os produtos, ocorre uma mudança drástica nas características das operações:

  • Menores volumes e velocidade de entrega (já que o produto poderá passar por ajustes ou personalização antes de ir para o cliente)
  • Maiores custos para a entrega
  • Produtos voltados a nichos, com maior inovação
  • Cadeias de suprimento devem ser mais flexíveis e ágeis
  • Processos variáveis
  • Maior envolvimento humano na gestão da cadeia

Apesar de representar novos desafios, esta migração na filosofia de gestão de inventário pode levar a diversos benefícios, como:

  • Redução do inventário
  • Maiores níveis de serviço para o cliente
  • Redução de custos e aumento da produtividade com o alinhamento dos processos
  • Melhor antecipação da demanda futura
  • Estabelece bases para a expansão e colaboração.

O planejamento é muito importante na gestão de inventário, mas não deve ser baseado em dados históricos, ou em previsões do próximo elo da cadeia. Empresas que mantém esta forma de trabalho correm sério risco de serem afetadas pelo efeito chicote. Este planejamento deve ser conciliado com as previsões de demanda futura do usuário final (e os diversos fatores que a afetam).

Lembrem-se de alguns pontos importantes: O inventário orientado pela demanda não é uma questão de tecnologia somente. Para facilitar a transição, podem ser definidas metas progressivas e incrementais, que possibilitem às equipes da organização monitorar seus resultados em períodos curtos.

Finalmente, as chaves para esta mudança de filosofia são:

  • Processos adequados
  • Equipes multifuncionais e com autoridade para a tomada de decisão
  • Conhecimento profundo dos dados de performance e mercado
  • Tecnologia que centralize as informações e simule os cenários de negócios
  • Métricas que possibilitem uma integração entre departamentos em torno de objetivos comuns.